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“It’s Alive!!! It’s Alive!!!”

Se estão perguntando onde eu andava nos últimos 2 meses, só posso dizer que sou como aqueles personagens da cidade grande que passam despercebidos na multidão, sem ninguém notar. Mas estou lá sorrateiro, e a qualquer momento posso sair de um bueiro e morder a bunda de alguém. O silêncio não corresponde a verdade dos fatos mas a falta de tempo do escriba digitar as histórias nestes “anais”.

Sim, o filme do jacaré progrediu desde o último post a dois meses . E como! Arriscaria-me a dizer que já temos mais de 50% do filme gravado. Opa, você acha pouco? Realmente, se for pensar que começamos a ensaiar atores a mais de um ano… Assim fomos levando nosso projeto de filme trash: relax, sem stress, tentando acertar as agendas de cada elemento envolvido. Mas essa turma é complicada. Quando um pode o outro não pode; quando o outro pode, o um não pode… Junte isso a falta de trato do diretor, a atores que faltam no dia por problemas diversos, falta de um carro para transportar equipamento… Tanta coisa deu errado; até um áudio inteiro de uma cena foi perdido.

Certo que a última gravação foi no mês passado. E desde então o tempo foi algo fugidio para este que vos escreve.

Mas não vou me demorar nas desculpas se tem tanto para mostrar de bem feito. A cena das crianças foi muito boa, cena dos hippies tem metade pronta, cenas que tem duas locações diferentes (como, por exemplo, a do ataque a Cliente rica do Megaempreendimento, que começa num estacionamento e termina no mangue) foram feitas a metade da locação disponível. A cena do mangue deve ser refeita por problemas no áudio, mas é só marcar. E nessa última gravação fizemos todas as cenas no banheiro; afinal, boa parte do filme se passa nos esgotos, lembram?

Set no banheiro

Diretor roendo as unhas

Só esse dia de gravação no banheiro já matou boa parte do filme; e assim pode ser com a próxima gravação que estamos agendando. As cenas dos corredores do mega-empreendimento e do escritório do chefe-vilão. São cenas importantes, que definem toda a história.

Mas merdas acontecem. A greve dos servidores técnicos da UFSC pode atrasar autorizações para utilizar locações da universidade. Temos que terminar as cenas que começamos e não terminamos. Os cabelos dos atores crescem…

Escondendo o microfone você sabe onde

Mas é isso mesmo! Não temos prazos, não temos patrão. Não estamos trabalhando no clássico estilo industrial de produção, estamos fazendo o nosso estilo. A produção do jacaré do papo amarelo tem o seu tempo, mas sabemos também que a vida é curta. TODOS OS FILMES TEM UM PRAZO SIM!!! Mas a do jacaré é mais elástico por conta dos mecanismos de sua viabilização: o tempo de cada um.

Assim, vamos gravar a próxima cena em algumas semanas. E depois das gravações ainda tem o tempo da pós-produção, que costuma ser mais demorado ainda… Mas não se preocupem, estamos trabalhando para oferecer o melhor produto para nossos consumidores.

Para terminar, queria deixar marcado: hoje morreu o diretor brasileiro Carlos Reichenbach (veja a notícia aqui) justo em seu próprio aniversário. Só assisti dois filmes dos 22 feitos por Reichenbach: Dois Córregos e Alma Corsária. Este último, especificamente achei muito bom; um filme surreal com estética de Boca do Lixo, misturando o erudito e o popular antes que isso fosse clichê e tendendo bastante a não ser nem um nem outro. Alma Corsária tem um estilo próprio, bastante diferente de Dois Córregos, seu maior sucesso. E Reichenbach ainda era um militante do cinema radical, marginal, feito sob as condições possíveis no momento e disso resultando sua estetica. Nesse sentido, Carlos Reichenbach influenciou muito o filme do Jacaré do Papo Amarelo.

No site youtube só tem disponível uma cena do filme. Mas é uma bela cena que aí vai. #RIPCarlão

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Encontro dia 05/06

Abre Ata. Após algumas mudanças de ultima hora na data (espero que não se repita) fizemos o segundo encontro para leitura do roteiro. Dessa vez compareceram os atores principais: Ray (mocinho), Drica (faxineira), Diego (chefe), Luanda (secretária), e o coadjuvante, mas não por isso menos importante, Mike (hippie 1). Avisaram antes que não poderiam vir Chico (professor), Hugo Maligoli (guarda), Tuany (aluna) e Lincohn (faxineiro). O outro Hugo (supervisor), também um coadjuvante não menos importante, mandou um email de ultima hora se justificando que não poderia vir, mas se comprometendo com as próximas reuniões. Sam, onde estais que não respondes?

Fizemos nova leitura, agora com os atores principais escolhidos e nos respectivos papéis. E fluiu muito bem, me fez pensar que a escolha dos atores foi acertada.

Conversamos sobre as características de cada personagem, a maioria inspirados em pessoas reais; o mocinho é ordeiro e contra protestos e manifestações, ingênuo, acredita que pode crescer apenas trabalhando dentro do sistema e tem um ar meio Jerry Lewis; a faxineira escapa do trabalho a todo momento para poder fumar, não teve educação formal mas não é ingênua, acredita que como seu salário é baixo quanto menos esforço fizer mais vai estar ganhando do patrão; chefe é tipo playboy, egocêntrico, seguro de si e cheio de lábia, do tipo que venderia geladeira para esquimó; a secretária é sexy, mas não vulgar, tem suas caras e bocas, já a chamaram de “biscate”, mas foi só inveja; e o hippie 1 é metido a intelectual de esquerda, mas no fundo é apenas um ressentido com o sistema.

Falamos de propostas para figurinos: o problema seria o uniforme dos trabalhadores (são quatro: faxineiro, faxineira, supervisor e mocinho) teriamos que, ou fazê-los, ou pedir emprestado em alguma terceirizada através de contato. O uniforme dessas empresas em geral é apenas uma calça padrão e um jaleco ou camiseta com logo da empresa (já pensei num bom nome, mas revelarei no momento apropriado), poderiamos pedir as calças emprestadas e faríamos apenas as camisetas (manga longa já que estaremos no inverno). A Drica disse possuir um uniforme de faxineira do modelo mais clássico (com avental, touca e babados) o que me parece bem interessante visualmente, mas dificulta na produção já que temos outros três trabalhadores que teriam que seguir o padrão. Enfim, resolveremos isso com as figurinistas. O mocinho no começo usará roupas casuais do próprio guarda-roupa, assim como os hippies e demais extras. O chefe usará uma roupa mais social, blazer ou suéter, com gravata, mas não paletó; e a secretária usará uma roupa não muito decotada, mais marcada na silueta, saia pelo joelho e tailleur. A Luanda sugeriu como referência a personagem Joan do seriado Mad Men.

Joan da série Mad Men, personagem é referência para secretária

Concordamos que o elenco principal (mocinho, faxineira, chefe, secretária, mais supervisor e faxineiro) seria interessante fazer alguns ensaios, de maneira a fixar o texto e discutir trejeitos e marcação em cena. Dessa maneira os atores já chegarão na hora das gravações com os personagens prontos agilizando o processo. Assim ficou pre-agendado dia 19 de junho, não esse, o outro fim de semana, para o ensaio. Dependendo do espaço mais gente pode comparecer para assistir e dar sua opinião.

Sobre o roteiro, conversamos sobre uma possível mudança numa única frase no diálogo das crianças. O Diego conseguiu as crianças para fazerem as cenas, que ainda por cima poderiam ser rodadas na biblioteca do colégio onde dá aula, mas dois palavrões teriam que ser amenizados. Concordei e vou providenciar a mudança sem no entanto mudar o sentido das frases nem a intenção de choque com o palavreado. Mandarei a nova versão do roteiro para todos em breve.

Uma coisa comentada, mas que não foi propriamente discutida nessa reunião, é sobre cronograma. Vemos como é demorado e complicado para reunir toda essa galera, afinal cada um tem sua vida, suas prioridades, seu tempo de ócio e seu tempo de trabalho. Muitos, como eu, ainda tem suas vidas ligadas a universidade, e agora no fim do semestre a coisa fica mais complicada. Outra coisa, é que algumas das locações seriam na Ufsc, as cenas do banheiro (que são várias) pretende-se ser no Centro de Eventos (vulgo elefante branco), já conversei com eles lá e liberam o espaço desde que tenha um documento com assinatura de um professor (dizendo que faz parte de um projeto de aula, hehe). Isso acho que não é problema, o problema é que, como disse, o semestre está no fim, encerra dia 16 de julho e volta dia 8 de agosto. No ritmo que vamos isso vai ficar para o próximo semestre. Mas outras locações, principalmente externas, acho que é a melhor época agora e podemos ir adiantando várias coisas nesse período de recesso.

Então acho que o importante é não perdermos o pique e mandando bola pra frente. Ainda tem outras locações para resolver e quero em breve, bem breve, marcar uma reunião com a equipe de produção. Além é claro de mandarmos ver na cabeça de Jacaré/Bernunça que temos.

Bom, aí vai a gravação da leitura desse domingo. Esqueci de ligar a câmera e perdi os 5 minutos do começo, mas tudo bem, o importante para todos notarem é os personagens principais com seus respectivos atores já selecionados e prontos para agir:

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