Arquivo de junho \14\America/Sao_Paulo 2012

“It’s Alive!!! It’s Alive!!!”

Se estão perguntando onde eu andava nos últimos 2 meses, só posso dizer que sou como aqueles personagens da cidade grande que passam despercebidos na multidão, sem ninguém notar. Mas estou lá sorrateiro, e a qualquer momento posso sair de um bueiro e morder a bunda de alguém. O silêncio não corresponde a verdade dos fatos mas a falta de tempo do escriba digitar as histórias nestes “anais”.

Sim, o filme do jacaré progrediu desde o último post a dois meses . E como! Arriscaria-me a dizer que já temos mais de 50% do filme gravado. Opa, você acha pouco? Realmente, se for pensar que começamos a ensaiar atores a mais de um ano… Assim fomos levando nosso projeto de filme trash: relax, sem stress, tentando acertar as agendas de cada elemento envolvido. Mas essa turma é complicada. Quando um pode o outro não pode; quando o outro pode, o um não pode… Junte isso a falta de trato do diretor, a atores que faltam no dia por problemas diversos, falta de um carro para transportar equipamento… Tanta coisa deu errado; até um áudio inteiro de uma cena foi perdido.

Certo que a última gravação foi no mês passado. E desde então o tempo foi algo fugidio para este que vos escreve.

Mas não vou me demorar nas desculpas se tem tanto para mostrar de bem feito. A cena das crianças foi muito boa, cena dos hippies tem metade pronta, cenas que tem duas locações diferentes (como, por exemplo, a do ataque a Cliente rica do Megaempreendimento, que começa num estacionamento e termina no mangue) foram feitas a metade da locação disponível. A cena do mangue deve ser refeita por problemas no áudio, mas é só marcar. E nessa última gravação fizemos todas as cenas no banheiro; afinal, boa parte do filme se passa nos esgotos, lembram?

Set no banheiro

Diretor roendo as unhas

Só esse dia de gravação no banheiro já matou boa parte do filme; e assim pode ser com a próxima gravação que estamos agendando. As cenas dos corredores do mega-empreendimento e do escritório do chefe-vilão. São cenas importantes, que definem toda a história.

Mas merdas acontecem. A greve dos servidores técnicos da UFSC pode atrasar autorizações para utilizar locações da universidade. Temos que terminar as cenas que começamos e não terminamos. Os cabelos dos atores crescem…

Escondendo o microfone você sabe onde

Mas é isso mesmo! Não temos prazos, não temos patrão. Não estamos trabalhando no clássico estilo industrial de produção, estamos fazendo o nosso estilo. A produção do jacaré do papo amarelo tem o seu tempo, mas sabemos também que a vida é curta. TODOS OS FILMES TEM UM PRAZO SIM!!! Mas a do jacaré é mais elástico por conta dos mecanismos de sua viabilização: o tempo de cada um.

Assim, vamos gravar a próxima cena em algumas semanas. E depois das gravações ainda tem o tempo da pós-produção, que costuma ser mais demorado ainda… Mas não se preocupem, estamos trabalhando para oferecer o melhor produto para nossos consumidores.

Para terminar, queria deixar marcado: hoje morreu o diretor brasileiro Carlos Reichenbach (veja a notícia aqui) justo em seu próprio aniversário. Só assisti dois filmes dos 22 feitos por Reichenbach: Dois Córregos e Alma Corsária. Este último, especificamente achei muito bom; um filme surreal com estética de Boca do Lixo, misturando o erudito e o popular antes que isso fosse clichê e tendendo bastante a não ser nem um nem outro. Alma Corsária tem um estilo próprio, bastante diferente de Dois Córregos, seu maior sucesso. E Reichenbach ainda era um militante do cinema radical, marginal, feito sob as condições possíveis no momento e disso resultando sua estetica. Nesse sentido, Carlos Reichenbach influenciou muito o filme do Jacaré do Papo Amarelo.

No site youtube só tem disponível uma cena do filme. Mas é uma bela cena que aí vai. #RIPCarlão

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